Quando veio
Mostrou-me as maos vazias,
As maos como os meus dias,
Tao leves e banais.
E pediu-me...
Que lhe levasse o medo
Eu disse-lhe um segredo:
" Nao partas nunca mais."
E dancou,
Rodou no chao molhado,
Num beijo apertado
De barco contra o cais
E uma asa voa
A cada beijo teu,
Esta noite
Sou dono do Ceu
E eu nao sei quem te perdeu.
Abracou-me
Como se abraca o tempo,
A vida num momento
Em gestos nunca iguais
E parou.
Cantou contra o meu peito
Num beijo imperfeito
Roubado nos umbrais
E partiu...
Sem me dizer o nome
Levando-me o perfume
De tantas noites mais.
De uma asa voa.
A cada beijo teu,
Esta noite
Sou dono do ceu
E eu nao sei quem te perdeu.
Pedro Abrunhosa
Thursday, May 19, 2005
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